Poluição no Grande ABC
Conhecido por concentrar grande quantidade de indústrias - tradicionais fontes de poluição atmosférica - o Grande ABC sofre mesmo é com o fluxo intenso de veículos, principalmente nas zonas centrais, que concentram maior índice de poluentes. Isso é o que indica resultado preliminar de estudo feito pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental), em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), o Instituto de Botânica de São Paulo e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).
A pesquisa completa, iniciada em 2002, só será conhecida em outubro. No entanto, já é possível saber que as áreas centrais das cidades avaliadas - Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá - concentram maior quantidade de poluentes do que as zonas industriais, explica a bióloga e Gerente de Educação e Mobilização Ambiental do Semasa, Eriane Justo Savóia. "Podemos associar esse dado ao aumento considerável do fluxo de veículos na região", observa.
Houve alta de 5,8% em relação à quantidade de automóveis entre os anos de 2010 e 2011 - atualmente, o Grande ABC tem frota de 1,4 milhão de veículos, segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
Por meio de monitoramento feito com a planta popularmente conhecida como Coração-roxo (Tradescantia pallida), foi possível detectar os poluentes. "Apesar de não substituir os métodos convencionais, a planta serve de auxílio de baixo custo para indicar áreas com maior potencial poluidor", diz Eriane. A próxima etapa do estudo analisará os dados de forma estatística para indicar com exatidão a quantidade dos metais pesados encontrados e a fonte poluidora.
Entre os materiais pesados observados, o níquel aparece acima do limite em todos os pontos de estudo, com destaque para Mauá e São Caetano. Já o cádmio está abaixo do limite de detecção na maioria dos locais. No entanto, aparece em grande quantidade na região central de Santo André. Todos os pontos de amostragem apontaram