No ano de 354 nascia, na África, Aurélio Agostinho. Filho de mãe cristã e pai pagão, resolveu unir as duas crenças e seguiu o maniqueísmo até tornar-se cristão. Desenvolveu sua própria filosofia, cristianizando as ideologias de Platão. Já Tomás de Aquino nasceu na Itália no ano de 1225, nove séculos após o nascimento de Agostinho. Baseou-se em Aristóteles para desenvolver suas ideias. Ambos afirmam em suas filosofias que o homem possui alma e corpo, porém divergem sobre as funções que cada parte deve exercer. Para Agostinho a alma é mediadora entre o divino e o corporal. Para Tomás a alma se une ao corpo, pois sem a matéria seria incompleta. Para ele não se pode separar atos do corpo e da alma, ou seja, a moral de ambas as partes se unem. Homem e alma se resumem em indivíduo. Santo Agostinho defende que a alma é o princípio inteligente do homem, seu princípio animador, o que lhe dá vida. Já Tomás de Aquino afirma que a alma é incompleta por si só, que necessita do corpo para desempenhar suas atividades. Para ambos a alma é superior à matéria. Concordam que a união entre alma e corpo é eterna. A alma é semelhança de Deus na forma, tende a voltar a Ele. Agostinho conclui que o mal não vem de Deus, mas sim do mau uso do livre arbítrio. Para ele o mal é a ausência de Deus. Tomás de Aquino diz que o homem possui a capacidade dada por Deus de diferenciar o certo e o errado, naturalmente. Tomás afirma que não há conflito entre a fé e a razão, mesmo Deus sendo a causa de tudo, ele não age nas verdades de sua criação. Porém a providência divina existe e governa o mundo, pois é preciso. Acredita que a felicidade só pode ser encontrada na verdade, de forma moral. Santo Agostinho, por sua vez, mostra que sem fé a razão não é capaz de conduzir até a felicidade. A razão serve de auxílio para a fé, esclarecendo aquilo que cremos. Tem uma concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem todos bons, o Estado seria desnecessário.