Politica publica

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Democracia, incrementalismo e "inércia administrativa"

É inegável que o incrementalismo ou método do "salir del paso", proposto por Charles E. Lindblom em seu artigo publicado em 1959, deve fazer (e já faz) parte da realidade dos policy makers em todo o mundo, uma vez que propõe uma forma de governar muito viável para manter a estabilidade política, um valor fundamental de qualquer democracia. Essa nova forma fazer políticas públicas baseia-se na ação "tímida", incremental, para mudar a realidade, opondo-se a formas revolucionárias ou bruscas de mudança da situação. Dessa forma, a análise da realidade proposta pelo incrementalismo está bastante distante do que prega o modelo "racional-exaustivo", defendendo a idéia de que a completude de qualquer análise é inalcançável, sendo, portanto, inútil tentar chegar a ela; Lindblom defende uma análise mais prática e objetiva, que não tenha pretensões de abarcar o problema e suas causas como um todo, mas apenas o necessário. Assim, o analista corre menos risco de "perder-se" em alguma etapa da produção de uma política pública, condenando-a, assim, ao fracasso.

O incrementalismo, por adaptar-se extremamente bem ao conservadorismo, na medida em que defende mudanças apenas graduais na ordem vigente, é um método de governar muito presente na política mundial e tende a ser maior nos países em que os governos ainda são controlados, em grande parte, por uma elite. No entanto, governos de centro-esquerda, como o que estamos vivendo agora, têm o incrementalismo como base de suas ações. Até porque, a história já mostrou, não é muito inteligente arriscar-se a fazer mudanças drásticas, sobretudo na ordem socioeconômica. A falta de "incrementalismo" do governo João Goulart, ao propor as reformas de base, foi um dos fatores determinantes para o golpe militar. Obviamente, nossa democracia atual encontra-se num estágio muito mais desenvolvido e estável do que em 1964, de modo que é impensável um novo golpe de Estado (pelo menos,

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