Poder e Propriedade na Ótica Saquarema
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA – ICHF
ÁREA DE HISTÓRIA – GHT
DISCIPLINA: ESTADO E PROPRIEDADE NO BRASIL IMPERIAL
PROFESSOR: PEDRO PARGA RODRIGUES
ALUNA: ZORA ZANUZO
PODER E PROPRIEDADE NA ÓTICA SAQUAREMA Segundo Ilmar Mattos1, o Estado estará de acordo com a mentalidade dos Saquaremas. O que o autor vai chamar de Império de Três Mundos será a hierarquização do governo ministerial. Ou seja, o Império estaria dividido entre a Casa e o Estado. O que não estivesse nestes termos seria o resto – a população. A aproximação da imagem do imperador aos ministros vai demonstrar o protagonismo Saquarema em detrimento dos luzias. No entanto, essa consolidação2 será em sentido civilizatório, pois é nesse contexto a organização da estrutura educacional e de outros setores públicos, incluindo habitação urbana. Visconde do Uruguai, a partir do entendimento de Bentham, entende que o Império é a representatividade dos cidadãos ativos e dos cidadãos não-ativos. Essa hierarquização será demonstrada na Literatura, destacando Martins Pena, que tinha na comédia uma forma de avaliar a política (MATTOS, 1999; pp.192-193), contrapondo-se à formalidade exigida pela nobreza. Assim, Martins Pena também fala do caráter patrimonialista dos Saquaremas em O Juiz de Paz da Roça3, ao tratar da adesão forçada à Guarda Nacional, do voto distrital e dos descumprimentos do Código Criminal, bem como o desconhecimento de seu conteúdo por parte do Juiz de Paz. Outro ponto que se deve destacar, mas que o autor não fez referência é em relação aos meias-caras, que era o tráfico ilegal de escravos, o que, conforme a peça nos dá a entender, passava “despercebido” pelo juiz, que se encontrava mais preocupado em usufruir da exploração daquela população. Vale lembrar que, a questão do tráfico de escravos tende a se expandir no século XIX, mesmo com a Lei Eusébio de Queirós de 1850. Ainda em relação à esfera do poder, O Judas em Sábado de Aleluia4 demonstra