Poder na escola
A Genealogia do Poder em Michel Foucault
IV Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação PUCRS
Fernando Danner, doutorando em Filosofia; Prof. Dr. Nythamar de Oliveira (orientador)
Programa de Pós-Graduação em Filosofia; Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas; PUC-RS
Considerações Iniciais
O projeto de uma genealogia do poder surgiu no pensamento de Foucault a partir da década de 1970, principalmente com a publicação de Vigiar e Punir (1975) e da História da Sexualidade I: A Vontade de Saber (1976), complementando o projeto de uma arqueologia do saber. O que passa a interessar a Foucault é o poder enquanto elemento capaz de explicar como se produzem os saberes e como nos constituímos na articulação entre ambos. A grande diferença entre uma e outra é que “a arqueologia pretende alcançar um modo de descrição (liberado de toda ‘sujeição antropológica’) dos regimes de saber em domínios determinados e segundo um corte histórico relativamente breve; a genealogia tenta, recorrendo à noção de ‘relações de poder’, o que a arqueologia deveria contentar-se em descrever”1. Enquanto a arqueologia (Ser-Saber), procurou analisar as gêneses e as transformações dos saberes no campo das ciências humanas, a genealogia (Poder-Saber) procurava analisar o surgimento dos saberes, que se dá a partir de “condições de possibilidade externas aos próprios saberes, ou melhor, que, imanentes a eles – pois não se trata de considerá-los como efeito ou resultante –, os situam como elementos de um dispositivo de natureza essencialmente estratégica”2. O que Foucault quer mostrar é que não existem sociedades livres de relações de poder. Os indivíduos são o resultado imediato dessas relações de poder. O objetivo do texto é demonstrar que o indivíduo é o resultado de inúmeros processos de objetivação que ocorrem nas redes de poderes, que os capturam, dividem, classificam.
MOREY, Miguel. “La Cuestión del Método”. In: FOUCAULT, Michel. Tecnologías del Yo y Otros Textos Afines. Barcelona: