Poder mundial
“Desde que comecei a trabalhar com empresas, aprendi que indicadores funcionam como vetores de mudança de comportamento”, afirmou Paulo Branco, sócio-diretor da Ekobé, durante a abertura de mais um Encontro de Sustentabilidade, realizado pelo Banco Real no último dia 28 de outubro. Essa frase deu o tom do debate, mediado por Paulo, entre três especialistas internacionais que vieram para explicar porque defendem a necessidade da adoção de um novo indicador para medir o desenvolvimento mundial, o FIB (Felicidade Interna Bruta).
Karma Dasho Ura, vice-presidente do Conselho Nacional do Butão e membro da Comissão do FIB do Ministério do Planejamento do Butão, Susan Andrews, psicóloga e antropóloga pela Universidade de Harvard e coordenadora do FIB no Brasil, e Michael Pennock, consultor para a ONU no desenvolvimento dos indicadores do FIB no Butão e coordenador da colaboração internacional na implementação do FIB, explicaram aos clientes, parceiros e funcionários presentes ao Encontro o que é o conceito e como ele vem sendo adotado no Butão, um país de quase 700 mil habitantes na Ásia. Os três apresentaram dados para provar que desenvolvimento econômico nem sempre vem acompanhado de bem-estar social, e que mesmo países que enriqueceram nos últimos anos não necessariamente têm cidadãos mais felizes. Além disso, a questão ambiental não vinha sendo considerada ao se falar em desenvolvimento econômico, e isso trouxe grandes prejuízos a povos inteiros.
Tanto em países quanto em empresas, ganhar dinheiro apenas parece não ser mais suficiente. O canadense Michael Pennock ressaltou o dilema que as corporações estão enfrentando: os melhores funcionários não buscam apenas bons salários – eles querem oportunidade de crescimento, desafios, respeito e valores alinhados aos seus. O mesmo acontece nos países: comemorar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não parece fazer sentido quando a desigualdade não diminui, e essa