“A mão de Deus está aqui” : um breve esboço etnográfico da Igreja Mundial do Poder de Deus.
A Igreja Mundial do Poder de Deus é mais um caso de movimento religioso com crescimento extraordinário. Assim como ocorreu com outras denominações neopentecostais, tais como a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a IMPD chama cada vez mais a atenção dos estudiosos de sociologia e ciências da religião. Destacam-se nesta empreitada os nomes de Ricardo Bitun, André Zanini e Paulo Romeiro. Os dois últimos, todavia, conseguiram enxergar traços dos movimentos de messianismo na IMPD e em sua liderança.
A Igreja Mundial do Poder de Deus é resultado da dissidência de Waldemiro Santiago de Oliveira com a IURD. O Apóstolo, como ele é chamado, atuou durante um período no continente africano mas, ao retornar ao Brasil, decidiu romper com a antiga denominação. As discordâncias com sua antiga igreja o fizeram iniciar a IMPD na cidade de Sorocaba, interior do estado de São Paulo, juntamente com outros pastores dissidentes e seus familiares. Apesar do início acanhado do trabalho (apenas dezesseis pessoas participaram da primeira reunião) a nova igreja foi se expandindo e hoje constitui-se como um dos grandes expoentes do neopentecostalismo brasileiro. Segundo dados dos “Jornal da Band”, exibido em 07 de maio de 2012, a igreja contava com 4.000 templos distribuídos por todos os continentes. As doutrinas, as práticas administrativas e o escalonamento hierárquico se assemelham bastante aos outros grupos neopentecostais. No tocante às questões hierárquicas, Alexandre Carneiro de Souza apresenta-nos que:
“O topo da hierarquia é o espaço mais tenso no campo das relações no pentecostalismo, e nisto não difere de outras igrejas e outras expressões organizadas de crença. As tensões que afetam a comunidade dos fieis diferem do tipo de tensão que envolve o comportamento dos líderes entre si”
Esta disputa é evidenciada nas suas conflituosas relações com outros líderes religiosos,