Poder Lideran A E Tica
O Rio de Janeiro está investindo substancialmente em “city marketing”, visando promover a cidade de modo a atrair “empresários e novos investidores para viver e conduzir seus negócios”1 no estado. Deste modo, os governos estão buscando, através da mídia, formar um consenso de que o Rio de janeiro está se tornando uma cidade segura, para assim romper com a velha imagem de cidade violenta, com morros e favelas dominadas pelo tráfico, o que consequentemente promovia uma imagem negativa diante de turistas e possíveis investidores.
A reportagem em anexo reafirma esta premissa, pois expõe o esforço dos governantes em exterminar a imagem de cidade violenta, e promover a lógica de cidade pacificada, na qual, o turismo e os negócios podem avançar em espaços antes tidos como proibidos, mas que atualmente são oportunidades de investimentos e negócios. Assim, através do consenso, a visão internacional e até mesmo nacional no que concerne ao estado é de reestruturação urbana e de reorganização social, que tem como autor o governo. No entanto, esta vitrine não passa de uma falácia, um mascaramento da realidade, pois o tráfico ainda permanece nas favelas, a violência continua, mas em outras mãos, e a realidade que se vende não passa de uma estratégia de marketing bem-sucedida que só compra os que ignoram, os que não refletem criticamente, os que compram as verdades rasas.
Deste modo, o próprio superintendente de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança, Roberto Alzir, afirma esta premissa quando diz “o Rio deixou de ser referência de violência no País há muito tempo. A gente conta com a visibilidade internacional para alavancar esse conceito de cidade segura”. Com isso, identificamos no discurso do governo do Rio de Janeiro a lógica da promoção das cidades mercadorias que Sánches aborda no texto. No caso do Rio, entendemos que a reestruturação urbana conduzida nos morros – que eram tidos como grandes ameaças à imagem da cidade e aos negócios – é