Pobreza e desigualdade de renda um estudo comparativo
Gilmara Emília Teixeira1
RESUMO O Brasil é um país marcado por diversos tipos de desigualdades entre seus habitantes tais como: classe/renda, região, gênero, raça/etnia; submetido ao desafio histórico de combater uma herança de injustiça social, que refletiu na exclusão de parte significativa da população ao acesso a condições mínimas de vida. A pobreza pode ser investigada tanto em seu aspecto unidimensional (insuficiência de renda) quanto em seu aspecto multidimensional (privação das capacidades, ou seja, a capacidade dos indivíduos de exercer suas liberdades). A pobreza vista como ocorrência de renda baixa, é uma abordagem unidimensional, e é encarada como níveis de renda incapazes de atender as necessidades básicas. Desta forma, o conceito de pobreza utilizado neste artigo é o que a identifica como um caráter material, um estado de carência em relação a certo padrão mínimo, estabelecido socialmente, de necessidades materiais que devem ser atendidas em cada momento por um indivíduo. Partindo desse conceito, o objetivo deste estudo é comparar os indicadores de pobreza entre os municípios da microrregião de Montes Claros – MG e os municípios da microrregião de Uberlândia – MG, durante o período de 1991 e 2000, sob o aspecto da renda. Palavras chave: desenvolvimento, pobreza e desigualdade de renda.
1∗
Mestranda em Desenvolvimento Social – UNIMONTES
1. Desenvolvimento e pobreza É comum perceber nos estudos sobre a pobreza o discurso de que o desenvolvimento é o melhor caminho para a sua redução e, posteriormente, sua erradicação. A idéia de desenvolvimento surge então como uma panacéia, que solucionaria os problemas de fome e escassez da humanidade.
“ The strenght of ‘development’ discourse comes of its power to seduce, in every sense of the term: to charm, to please, to fascinate, to set dreaming, but also to abuse, to tun away from the