Playtime
Em Playtime vimos claramente noções de público e privado, de fluxo e a inserção e o excesso da tecnologia aplicada aos ambientes. O filme se passa todo sem closes, sempre uma cena mostrando várias situações e procuramos até achar a principal naquele momento, é cheio de alerta a sons, especialmente os passos de diferentes tipos de calçados, o som desempenha um papel-chave na definição das relações espaciais.
“Ele dirige o nosso olhar ao redor no mundo em que vivemos (e que continuamos a construir), depois para o outro, e ver o quão engraçado essa relação é e quantas possibilidades brilhantes ainda temos em um mundo de shopping centers que perpetuamente sugere o contrário…” Rosenbaum
O filme se passa na virada da década de 60 para 70, quando o foco da arquitetura internacional passou a ser criticar o ideal modernista. Contruções “limpas”, cheias de placas de vidro e aço, corredores intermináveis, elevadores, ar condicionado, estações de trabalho, uso de cores sólidas como o branco e preto, acrescentado de detalhes marcantes na decoração. Os pisos são tão lisos que da para ver o reflexo das pessoas, o que dificulta o caminhar livre, podendo ocasionar acidentes. A preocupação maior da arquitetura da época é mostrar o ideal e a perfeição, deixando de lado o conforto e a o cuidado com as pessoas. O fluxo entre ambientes e até mesmo no trânsito é confuso e não funciona de forma eficaz.
Em consequencia à arquitetura da época vem a maior demanda da tecnologia, acompanhada de um bocado de empolgação, vemos muitos aparelhos de ar condicionado, elevadores gigantes, botões e alavancas para todos os lados, em locais que necessitam e onde se encaixam como exagero e apego pela facilidade que a tecnologia proporciona.
Em suas contruções cheias de vidros e outras transparências, Playtime faz uma crítica e nos posiciona a discutir público e privado, até onde a relação com o que é público pode ser aplicada na arquitetura e o que realmente