JACQUES TATI
Universidade Metodista de Piracicaba | UNIMEP
Análise Iconográfica | 2º Semestre
Piracicaba | 2014
Biofilmografia
Embora o diretor, roteirista e ator Jacques Tati (1908 – 1982) tenha realizado poucos filmes está entre os grandes mestres do cinema. Com experiência em music halls e mimica, encarnando o desengonçado e burlesco, de guarda-chuva e cachimbo, Monsieur Hulot, Tati construiu sua visão de mundo, em um estilo próprio de comicidade inigualável.
Essa última característica, sua comicidade, dita seu estilo subversivo, transgressor e inovador. Através de uma narrativa cíclica, crítica da modernidade, “o cineasta aborda o desaparecimento da palavra e do herói, recusa a narrativa clássica e propõe a democratização do cômico, suscetível de surgir em qualquer instante, qualquer que seja o espaço e o personagem.” (MARDEGAN, 2009, p. 15)
Para François Truffaut, conterrâneo e contemporâneo, fundador da Nouvelle Vague – a qual Tati simpatizava mas não participou:
(...) uma obra de Tati é necessariamente genial a priori simplesmente pela autoridade raríssima com que impõe uma verdade única da primeira imagem à palavra fim, vontade que, em princípio, deveria reger qualquer trabalho com pretensões artísticas. (TRUFFAUT, 1989 apud MARDEGAN, 2009, p. 56)
Os filmes de Tati, para Coelho, em Texturas visuais e sonoras: a gag renovada, tem uma coerência tanto temática quanto formal, privilegiando ciclos (início e fim convergem).
Não possuindo um forte plot, de acordo com os teóricos de cinema David Bordwell e Kristin
Thompson, em Film History: An Introduction, as coisas simplesmente acontecem uma após a outra. Em sua fascinante estreia, Jour de Fête (Carrossel da Esperança, 1964), vencedor de melhor roteiro em Cannes, Jacques Tati estrela como um carteiro que decidi adotar métodos de otimização americanos, enquanto a aldeia celebra com a chegada de um parque.
Coelho, observa que essa primeira obra apresenta dois traços marcantes dos trabalhos subsequentes