Platão

Com o estabelecimento do sistema da pólis (cidade-estado) a sociedade grega se reorganizava e tornava-se mais complexa. A cidade de Atenas no tempo de Platão vivenciava transformações de ordem econômica e cultural que marcariam profundamente sua existência e as ideias e concepções do homem grego. Essas mudanças estão relacionadas principalmente ao apogeu politico e retomada dos contatos com o Oriente. Essa expansão do comercio pelo mediterrâneo abriu fontes de objetos e metais preciosos numa terra desprovida de riqueza de minas, o que acabou suscitando o gosto pelo luxo. Numa cidade em que o interesse prevalece não respeita a parte que cabe a cada um e, portanto não há justiça. Não existe igualdade onde há disputa pelo poder e nem liberdade onde privilégios só são concedidos a pequenos e seletos grupos.
A ética de Platão se relaciona intimamente com suas filosofias politicas, já que para ele a pólis é o terreno próprio à vida moral. Tem como finalidade conduzir o homem a pratica do bem; Diante deste bem, a vida do homem não pode ser uma vida fundada no prazer. O bem na concepção platônica, não são as coisas materiais, mas tudo aquilo que permita o engrandecimento da alma, por isso, ele ensina que o homem deve desprezar os prazeres, as riquezas e as honras em vista da pratica das virtudes. Centra seus questionamentos na Ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige a conduta humana; Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam a pólis.
O Estado deveria ser governado pelos reis filósofos, sendo a racionalidade o que permitiria dirigir o destino coletivo com sabedoria e virtude. Os guardiões deste sistema de governo seriam os soldados, selecionados entre os mais corajosos e obedientes. Aos artesãos caberia viabilizar economicamente o Estado, constituindo a base da sociedade, composta por indivíduos governados pelas coisas sensíveis. Esta concepção leva em consideração que haveria escravos para