Platao e Sofistas
Mais do que o uso que fazem da retórica, o que opõe fundamental mente Platão aos sofistas é o relativismo destes, a sua recusa em admitir que haja verdades universais e objetivas. Filósofos como Platão e Sócrates concebem a filosofia como procura de verdades objetivamente existentes, impessoais, e rejeitam o relativismo dos sofistas.
Por que razão a crítica platónica à retórica sofista é sobretudo de natureza moral?
A retórica dos sofistas, censura Platão, é uma atividade indiferente à verdade. Aos olhos de Platão, tal facto é avaliado da seguinte forma: a atividade a que os sofistas se dedicam não tem credibilidade moral. Não procurando a verdade, a retórica afasta-nos do triunfo do bem e da justiça. Com efeito, pretendendo fazer valer todas as opiniões convenientes ou de que alguém possa ser convencido, os sofistas manifestam desprezo pela verdade e pelo conhecimento. Mas como defender, por exemplo, o que é justo se não se sabe o que é justo?
Resuma a crítica platónica à retórica sofista.
A objeção fundamental é esta: A retórica não está ao serviço do bem e da verdade. A razão que justifica este duplo defeito é uma só: A retórica é uma forma de manipulação e não de persuasão. Para Platão, a retórica é uma forma de manipulação. Os oradores instrumentalizam os auditórios, fazendo deles meios para os seus próprios fins ou os fins daqueles que representam. Conseguem ser frequentemente bem-sucedidos em influenciar atitudes e comportamentos. A que se deve tal sucesso? Às limitações cognitivas do auditório.
Na verdade, pensa Platão, quem não domina o assunto de que fala só é persuasivo, e inclusive mais persuasivo do quem sabe, se o auditório estiver mal informado sobre o assunto de que fala o orador. A ignorância é condição necessária do triunfo do ignorante. Só nesta situação o orador pode ser mais convincente do que um especialista. Um auditório conhecedor do assunto em discussão não se deixa