Os sofistas de Platão
Segundo a doutrina de Parmênides, o ser equivale à existência, e o ser é a única coisa pensável e exprimível, a ponto de fazer coincidir o pensar e o ser, pois não há pensamento que não exprima o ser. Para ele, o ser, e o pensar são o mesmo, e por consequência, dentro da realidade só poderia existir um único ser eterno, indivisível e imutável.
Para Parmênides, o ser é imóvel, e uno, ele é também contínuo, já que qualquer diferença implicaria o não ser. Portanto, o ser é, e o não ser, não é. O ser é um, cada ser é ele próprio, ou seja, tudo que num sentido é (Homem, número lugar, cor) são os mesmos; e tudo é um.
Segundo Parmênides, o não ser é impensável, inexprimível, indizível e, portanto, impossível e absurdo. Ou seja, o não ser equivale à inexistência, logo, daquilo que não é nada pode ser dito ou pensado, pois logicamente não se pode pensar nem falar sobre nada.
“Jamais obrigarás os não seres a ser; Antes, afasta teu pensamento desse caminho de investigação.” (Sofista, 237.a).
Porém, o Estrangeiro de Eléia coloca em discussão a tese de Parmênides.
“Que para defender-nos, teremos de necessariamente discutir a tese de nosso pai Parmênides, e demonstrar pela força de nossos argumentos que, em certo sentido, o não ser é; e que, por sua vez, o ser, de certa forma, não é.” (Sofista, 241.d)
De acordo com a visão do Estrangeiro de Eléia, tudo o que é pensado, é, então existe um certo não-ser que é possível, e de fato se pode pensar. Encontrar um modo de dizer o falso, como sendo, supõe o não-ser como ser. Para Parmênides, o não ser equivale a “o não existente”. Mas, de acordo com o Estrangeiro, tais palavras não podem ser ditas sem cair em contradição.
“Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao proferi-lo, nos encontremos enredados na contradição?” (Sofista, 236.e).
Em certo sentido o não ser é, e por sua vez, o ser não é. Dizer que o não ser, não participa da