Platão e os sofistas
Podemos dizer que Platão tem como inimigos os sofistas, porque, diante de questões existenciais, eles simplesmente defenderiam o relativismo sem conteúdo, no qual o importante não é encontrar a verdade, mas simplesmente defender a opinião que lhe dê mais vantagem.
Para ele, todo homem deve procurar o que desconhece. Para isso, o homem deve enfrentar um processo para sair da ignorância, percorrer o caminho das descobertas até atingir o estagio na qual se está pronto para contemplar e compreender a verdade. Profundamente influenciado pelo mestre Sócrates, Platão vai afirmar que esse método é o dialogo.
Contudo, se, para o mestre, o dialogo tem a característica de mostrar ao interlocutor sua própria ignorância e, eventualmente, de conduzir a uma verdade valida universalmente, mas que se encontra no interior, para Platão isso é apenas uma parte do mecanismo de seu diálogo.
Para aceitar a ideia de Socrates de que a Filosofia não traz uma verdade já estabelecida, mas sim uma experiência do processo de busca da verdade, reconhecido e denominado pelo seu mestre como maiêutica. Compreende, então, Platão que conteúdos filosóficos não são lições de professores que falam para alunos os quais ouvem e decoram, mas uma decisão de partir em busca da compreensão da realidade.
O dialogo consegue proporcionar a experiência de que o conhecimento deve passar por um processo de purificação ou de elevação de que segue determinados estágios inferiores para adentra estágios superiores. Alem disso, o dialogo oferece uma carga dramática necessária para que seja possível compreender que apesar de envolver linguagem fundamentalmente teórica, a filosofia requer um esforço, determinação e postura que, de fato, estão alem da vida do cotidiano. Apresentando essas discussões em forma de tragédia, Platao pôde mostrar como eram os personagens de sua época, o que pensavam, como viviam, como era seu mundo, o seu dia a dia. Ao nos dar esse contexto, Platão consegue