O Sofista Platao
Índice
I
-II
-III
iv -V
VI
-VII
-VIII
-IX-X
XI XII
A Purificação
XIII XIV XV
XVI XVII XVIII
Antilogia
XIX XX
Mímesis
XXI XXII XXIII XXIV XXV
XXVI XXVII XXVIII XXIX XXX
XXXI XXXII XXXIII XXXIV XXXV
XXXVI XXXVII XXXVIII XXXIX XL
XLI XLII XLIII XLIV XLV
XLVI XLVII XLVIII XLIX L
LI LII
O SOFISTA DE PLATÃO
1 - Teodoro - Fiéis, Sócrates, à nossa combinação de ontem, aqui estamos na melhor ordem. Trouxemos conosco este Estrangeiro, natural de Eléia; é amigo dos discípulos de Parmênides e de Zenão, e filósofo de grande merecimento.
Sócrates - Não se dará o caso, Teodoro, de, sem o saberes, teres trazido um dos deuses em vez de um Estrangeiro, segundo aquilo de Homero, quando diz que, de regra, os deuses, e particularmente o que preside à hospitalidade, acompanham os cultores da justiça, para observarem o orgulho ou a eqüidade d o s homens? Quem sabe se não veio contigo uma dessas divindades, para surpreender-nos e refutar-nos - argumentadores tão fracos todos nós - algum deus disputador?
Teodoro - Não, Sócrates; não é do caráter do nosso Estrangeiro; ele é mais modesto do que todos esses amantes de discussões. Não acho, absolutamente, que o homem seja alguma divindade. Porém divino terá de ser, sem dúvida; não é outro o qualificativo que costumo dar aos filósofos.
Sócrates - E com razão, amigo. Porém talvez a raça dos filósofos não seja, por assim dizer, muito mais fácil de conhecer do que a dos deuses. Em virtude da ignorância da maioria, esses varões percorrem as cidades sob as mais variadas aparências, contemplando, sobranceiros, a vida cá de baixo. Não me refiro aos pretensos filósofos, porém aos de verdade. Aos olhos de algumas pessoas, eles carecem em absoluto de merecimento; para outros, são dignos de toda a consideração. Ora se apresentam como políticos, ora como sofistas, havendo, até, quem dê a impressão de ser completamente louco. Por isso mesmo, gostaria de perguntar ao nosso Estrangeiro, caso nada tenha a opor, como pensam a esse