Planos econômicos
Por pelo menos duas décadas de sua história recente, o Brasil foi forçado a enxergar a política econômica como um conjunto de medidas de impacto destinadas a tirar o país de crises imediatas - os planos econômicos. Foi assim na sucessão de pacotes antiinflação dos anos 1980, nos choques de juros que reagiram às grandes convulsões internacionais na década de 1990 e até no segundo turno da eleição presidencial de 2002, quando a cotação do dólar chegou a atingir 4 reais.
A última eleição indireta de um candidato civil, em 1985, marca o fim do Regime
Militar, mas a transição para a democracia só se consolida em 1988, no governo Sarney
(março de 1985 a março de 1990), quando é promulgada a nova Constituição por uma
Assembleia Constituinte. À volta aos padrões democráticos não é suficiente para superar os graves problemas sociais e econômicos advindos da inflação e do endividamento externo.
Para enfrentar seus desafios, os governos dos Presidentes José Sarney e Fernando Collor irão praticar sete planos consecutivos de combate à inflação: Cruzado (início de 1986), Cruzado II
(final de 1986), Bresser (julho de 1987), Verão (janeiro de 1989), Collor I (março de 1990) e
Collor II (janeiro de 1991). O fracasso ou má condução desses planos levou o país a uma hiperinflação, com a moeda desvalorizada em três decimais duas vezes no período de três anos. Somente em 1994, com a elaboração do Plano Real, durante o governo Itamar Franco, e sua manutenção e desenvolvimento no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o país veio a conhecer uma relativa estabilidade monetária, ora e outra ameaçada pelas sucessivas crises dos mercados internacionais.
O Plano Cruzado lançado em 28 de fevereiro de 1986 foi à primeira tentativa de estabilização da moeda no país e tinha como objetivo conter a inflação, sendo José Sarney o presidente da República e Dílson Funaro o ministro da Fazenda. Entre as principais medidas destacavam-se a troca da moeda nacional - mil