Planos economicos

2175 palavras 9 páginas
1. INTRODUÇÃO Por pelo menos duas décadas de sua história recente, o Brasil foi forçado a enxergar a política econômica como um conjunto de medidas de impacto destinadas a tirar o país de crises imediatas - os planos econômicos. Foi assim na sucessão de pacotes anti-inflação dos anos 1980, nos choques de juros que reagiram às grandes convulsões internacionais na década de 1990 e até no segundo turno da eleição presidencial de 2002, quando a cotação do dólar chegou a atingir 4 reais.
Não houve sobressalto na disparatada política econômica brasileira dos últimos 40 anos que não tenha sido acompanhado de perto por diversas revistas e jornais, como a revista VEJA. A revista dedicou reportagens de capa a planos tão alucinados quanto inúteis, como o Cruzado e o Collor, e também ao Plano Real, que baixou a inflação e expôs defeitos estruturais do país que ainda precisam ser enfrentados.
Em 1986, o Plano Cruzado levou o Brasil da euforia à decepção. O congelamento de preços e salários baixado pelo governo José Sarney mereceu três capas seguidas de VEJA. A revista apoiou o plano, mas deixou claro que ele de nada adiantaria se não se atacasse a causa do surto inflacionário: um estado falido e perdulário. Passados catorze meses, o plano fez água. A inflação era de 363% ao ano. O fracasso não impediu o Plano Cruzado de gerar dois filhotes ainda na administração Sarney, o Plano Bresser e o Plano Verão - ambos baseados em congelamentos, ambos igualmente malogrados.
O próximo grande e desastrado episódio da luta do país contra o monstro da inflação viria em 1990, quando o Brasil foi surpreendido com o mais traumático de todos os planos econômicos - aquele que confiscou a poupança e a conta-corrente dos brasileiros. Menos de 24 horas depois de subir a rampa do Planalto como o novo presidente, Fernando Collor detonou uma bomba nuclear sobre a economia. O fiasco, outra vez, não tardou. Tentou-se ainda a implementação do Plano Collor II, no início de 1991. Na ocasião, VEJA

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