plano de aula
Compreender o desempenho institucional da Polícia Militar do Estado de São Paulo, seus valores, crenças e representações da realidade, suas normas, sua cultura interna e a conduta individual de seus integrantes, enquanto membros da Instituição, avaliar suas relações com o poder público e com a sociedade civil de forma geral, implica, necessariamente, conhecer sua evolução histórica. Não é possível compreender o papel de uma Instituição sem que se compreenda sua cultura. E é inútil tentarmos compreender sua cultura, como conjunto de práticas que pressionam fortemente o comportamento de seus membros, sem que procedamos a uma análise da história da Instituição, sua resposta às mudanças sociais, a criação de comportamentos habituais derivados da repetição de condutas de sucesso, seus ritos e interpretações da realidade . É de uma visão o mais possível didática desse trajeto de quase dezessete décadas, marcado pelo acúmulo de experiências vivenciadas por sucessivas gerações de milicianos, que poderemos extrair algumas conclusões e, até mesmo, inferir algumas condutas, ousando antever projeções sobre seu futuro papel, a serviço de uma sociedade em permanente e acelerado processo de transição. Analisar brevemente essa evolução, suas causas determinantes e, em especial, o meio ambiente histórico-cultural onde se plasmou a personalidade institucional da Força, é o objetivo desta despretensiosa reflexão.
2. PERÍODO REGENCIAL
A jovem nação brasileira vivia a mais profunda crise político-institucional de sua nascente história no concerto das nações soberanas: corria o ano de 1831, o Imperador Pedro I havia abdicado do trono e deixado o País, devastado pela crise econômica e dilacerado pelas paixões políticas sectárias, em mãos de uma Regência Trina Provisória, que governaria a Nação até que Pedro II atingisse a maioridade. A crise transpôs os Portões das Armas dos quartéis, e unidades militares, insufladas pelas oposições, insurgiam-se