Planejamento e Controle financeiro na perspectiva da teoria de stakeholders
RESUMO
Almir Ferreira de Sousa
Ricardo José de Almeida
Existem controvérsias sobre quais são os grupos que detêm o direito de tomar decisões que influenciem o destino da empresa ou que têm o poder de controle. Baseadas na visão tradicional do detentor do direito residual, as técnicas de planejamento e controle financeiro têm privilegiado medidas de desempenho que retratam o retorno para os proprietários, geralmente contemplado apenas na última linha das demonstrações de resultados. No entanto, é admitido que o retorno para o investidor é viabilizado por meio de equilíbrio de poder entre todos os agentes que influenciam as decisões da empresa ou que, numa visão ética, são influenciados por elas. Tais agentes são os stakeholders. Neste artigo, fundamentam-se alguns conceitos necessários para definir, identificar e classificar os stakeholders em atributos que facilitem o controle dos relacionamentos com eles sob uma perspectiva financeira, para o suporte a um modelo de planejamento e controle que integre também os interesses dos stakeholders, para que possa ser maximizada a riqueza dos proprietários. Recebido em 17/abril/2002
Aprovado em 08/novembro/2002
Palavras-chave: avaliação de empresas, governança corporativa, planejamento e controle, stakeholders.
1. INTRODUÇÃO
Existem vários casos de programas implementados pelas empresas brasileiras com vistas a contribuir para o desenvolvimento de outros agentes econômicos que não têm uma clara explicação de sua relação com a criação de valor para o acionista.
Esses outros agentes podem ser os funcionários, os clientes, os fornecedores e a comunidade, entre outros. Do ponto de vista financeiro, há divergências se tal relacionamento se refletirá em benefícios para a empresa que implementa ações desse tipo. Esse realinhamento, em que a moderna empresa assume responsabilidades sociais, é chamado de Teoria dos