Planejamento familiar:Laqueadura e vasectomia
Introdução
Para planejar o número de filhos não basta à escolha de um método anticoncepcional adequado à saúde e às necessidades do casal, é preciso que haja um acordo maduro entre ambos.
Diversas circunstâncias, econômicas, razões pessoais, pouca disponibilidade de tempo para dedicar aos filhos, esses e outros fatores, isolada ou juntos, podem levar um casal a decidir sobre quantos filhos terá, adotando a prática que chamamos de planejamento familiar.
Limitar ou não o número de filhos é, portanto, uma atitude que cada casal deve assumir por si, de comum acordo, baseado em suas crenças morais e religiosas. Aceita a idéia de limitação, à medicina cabe apenas auxiliar no sentido de que a escolha do método anticoncepcional seja a mais segura possível.
Ter filhos não é uma obrigação das pessoas. Também não é uma imposição da natureza que, obrigatoriamente, deve ser conseqüência do relacionamento sexual. Ao contrário, qualquer decisão a respeito é um direito do ser humano, cabendo a ele a livre escolha de ter filhos ou não.
Mas no Brasil, planejamento familiar é privilégio exclusivo dos bem-aventurados.
O programa de planejamento familiar brasileiro, um dos mais avançados do mundo, não funciona para quem mais precisa a população pobre do país.
``Toda sociedade engloba um conjunto de conhecimento, crenças, valores e normas de comportamento que, embora seja uma herança acumulada do passado, continuamente, a cada geração, vai-se aperfeiçoando. ´´(Marconi.Presotto,2010, pg.30)
Esse conceito de cultura nos acompanha há tempos, até a metade do século XX, poucas famílias brasileiras deixavam de ter cinco ou seis filhos. Havia uma lógica razoável por trás de natalidades tão altas: A maioria da população vivia no campo, numa época de agricultura primitiva em que as crianças pegavam no cabo da enxada já aos sete anos. Quantos mais braços disponíveis houvesse na família, maior a probabilidade de sobrevivência.