Pirataria de luxo
Prada, Gucci, Dior, Fendi, Dolce & Gabbana e Louis Vuitton – só para citar algumas – são marcas que causam um fascínio, por mais que não façam o seu estilo.Somos atraídos por estes símbolos não porque são bonitos ou porque está todo mundo usando. “É uma questão aspiracional. Queremos agregar à nossa personalidade atributos que não temos, mas que a marca tem. Se quero me sentir esportivo, embora eu seja sedentário, compro um tênis de alta performance e me sinto mais próximo desse mundo. Se quero ser sofisticada, compro um relógio de grife e agrego externamente este atributo. Através das marcas, incorporamos valores e expressamos a nossa identidade social”, explica o consultor de marketing Luiz Alberto Marinho.
O problema é que utilizar certas grifes para se exibir com a imagem que sonha ter não é para qualquer um. Uma bolsa Louis Vuitton, por exemplo, não sai por menos que R$ 1,5 mil. Um Nike Shox? Em torno de R$ 500.
Difícil entender como é que chegaram a esses preços. “As empresas de luxo só utilizam os melhores materiais, dispõe de alta tecnologia no processo de fabricação e oferecem acabamento perfeito e durável. Além disso, as marcas trabalham com uma comunicação dispendiosa e muito exclusiva. Por fim, os produtos de luxo precisam ser caros por natureza, para continuar fazendo parte dessa categoria, que é dirigida a um público restrito. Os preços são ainda maiores no Brasil por causa da nossa política tributária. Se até o pão é caro por aqui, por que um relógio importado não seria?”, lembra Marinho.
Seguindo essa lógica, quem não pode ou se nega a pagar um valor tão alto jamais teria acesso a esses produtos, mas bem sabemos que não é isso que acontece. Se hoje é mais importante "parecer" do que "ser", desde que a bolsa esteja carimbada com a marca do desejo, aquela que