Pierre Bourdieu - Teoria da Prática
ESBOÇO DE UMA TEORIA DA PRATICA (fazer, falar, sentir, agenciar, experimentar...)
Uma teoria que reivindica uma determinada forma de entender o conhecimento, ou como repensar a forma em que conhecemos o que nos rodeia (epistemologia)
ESTRUTURA conjunto de relações objetivas do mundo social
Oposição prática – estrutura = LINGUA – PALAVRA como entidades autónomas, independentes (crítica á linguística estrutural de Saussure)
Para Bourdieu, é na palavra que a estrutura se realiza. Quando usamos a palavra colocamos em jogo o conjunto de estruturas da língua (semânticas, morfológicas, gramaticais, etc.) e, por sua vez, cada fez que usamos a palavra reconstruímos / modificamos, etc essas estruturas. Segundo Bourdieu, as estruturas objetivas são o produto, incessantemente reproduzido o transformado, de práticas históricas...
Então, para entender a relação do sujeito com a língua não é suficiente olhar para a estrutura, ou seja, para as relações objetivas do mundo social, que é o que o conhecimento objetivista faz. É preciso olhar também para as práticas discursivas nas quais essa estrutura se realiza. Qual seria então a categoria (o grande aporte de Bourdieu) que nos permite pensar na relação entre estrutura e prática, e que sintetiza esse exterior (objeto) e esse interior (sujeito) observável nas práticas? O HABITUS: um conjunto de disposições estruturadas e estruturantes...
Disposição: maneira de ser, estado habitual, tendência, propensão ou inclinação.
O habitus pode ser definido como um sistema de disposições duráveis / estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes de práticas e representações que podem ser “reguladas” sem ser o produto da obediência a regras (situações imprevisíveis e renovadas).
Trata-se de um sistema subjetivo, mas não individual, de estruturas interiorizadas, comuns a todos os membros de um mesmo grupo ou da mesma classe e que constituem a condição de toda percepção. A