Pesquisadora
Título: História da Música Brasileira
Indicação bibliográfica: Rio de Janeiro, F. Briguiet e Comp. Editores, 1926.
Localização: Museu do Folclore
Informação sobre a edição:
Data da 1ª edição: 1926
Livro
Jongo: “O ritmo sincopado dos africanos, característico e inconfundível, ora mais diluído em outros ritmos, ou abrandado pela adaptação, aparece sob formas múltiplas e diversas, através de uma infinidade de variantes, característica, aliás, do folclore. A diferença que vai entre um batuque, um samba, um jongo e uma congada, afetando o próprio ritmo, não exclui a origem comum, negra, cuja pureza nos já a perdemos talvez, mas sentimos de modo claro e evidente. Queremos dizer que, na nossa música popular, é fácil distinguir as origens rítmicas, embora não se conservem exatas e essenciais. Um mundo de influências e interferências – o clima, o caldeamento do sangue, o cultivo e as condições de vida de lugar a lugar, tudo isso, que a arte popular reflete, refrangendo no prisma de suas intenções fez com que os cantares fossem variando dia por dia, contornando-se, modificando-se, mas sem perder o caráter básico e definitivo do ritmo. As estranhas analogias e curiosas semelhanças dessas formas, encontradas pelos raros colecionadores de nosso folclore musical, revelam dois grandes troncos de toda o ritmo brasileiro: o negro e português (p. 46-47) (...) Em toda a nossa mestiçagem – mulatos, mamelucos e cafusos – o ritmo tem dos três elementos; com uma predominante negra, uma influência maior portuguesa, e uma menor indígena. O jongo (nota do autor: (1) o jongo é uma dança dos negros nas fazendas, espécie de candomblé, dançado ao som de instrumentos ruidosos e percutidos com tambores, puítas e etc. A dança é muito sensual) é caracteristicamente africano, sofreu desde logo o influxo português, através do mulato, ganhando em languidez e perdendo em barbaria. Assim, chulas, sambas, cocos, lundus, cateretês; (...).” (p. 49” O autor “classifica” o