Pesquisador fala sobre a construção do conhecimento científico
Tatiane Vargas
Entre os dias 4 e 5 de julho, o Grupo Direito Humanos e Saúde da ENSP realizou o VI Seminário Internacional Direito e Saúde e X Seminário Nacional Direito e Saúde. Durante a atividade, o pesquisador da Universidade de Coimbra, Portugal, João Arriscado Nunes, proferiu a palestra Construção do conhecimento, a ética, a política e a construção do conhecimento em saúde. Segundo o professor, o conhecimento científico distingue-se do conhecimento comum por ser produzido dentro de instituições por pessoas com instrução acadêmica e é validado quando avaliado e compartilhado por outros cientistas através de comprovações teóricas.
Durante sua palestra Arriscado abordou a diferença da construção do conhecimento geral e do conhecimento científico, além da relação da ética e da política no processo de construção. O pesquisador apresentou também a ideia da construção do conhecimento em saúde, produzida com base nas experiências de sofrimento humano. Em entrevista ao Informe ENSP, Arriscado explicou como e onde é produzido o conhecimento científico e destacou que as experiências com sofrimento humano devem ser partilhadas para produzir o conhecimento e evitar a trivialização do sofrimento por parte da sociedade.
Portal: Em sua palestra o senhor abordou a diferença da construção do conhecimento científico e do conhecimento geral. Como é dada essa distinção?
João Arriscado: O que difere o conhecimento científico tal como entendemos hoje é o fato dele ser produzido dentro instituições científicas por pessoas que tenham certas qualificações, os chamados cientistas. O que talvez seja mais importante nos processos de construção do conhecimento científico é que ele deve ser partilhado com outros cientistas, e, principalmente, validado e avaliado para se tornar um conhecimento articulado, no sentido de criar um conhecimento verdadeiro. Quando o conhecimento científico se desenvolveu ele se