Pequena análise de Memórias Póstumas de Brás Cubas
Brás Cubas, filho abastado da elite brasileira, como todo membro dessa sociedade na época, tem todas suas vontades e privilégios bancados pelos pais. O garoto quando criança, possuía o escravo Prudêncio como brinquedo, no qual montava e praticava maus tratos. Na escola, se torna amigo do travesso Quincas Borba, que aparece futuramente e totalmente diferente na narrativa, defendendo uma cruel ideologia na qual só os fortes merecem sobreviver.
Na adolescência se apaixona por Marcela, uma prostituta de luxo, da qual Brás diz em uma frase irônica dirigida á moça, que seu amor vem do interesse financeiro que ela teria por ele, devido a todas as regalias que recebia do rapaz. Para dar um basta nos gastos do filho com a prostituta, o pai de Brás o manda para a Europa estudar leis para ter o cargo de bacharel em Coimbra. Contrariado e chateado por Marcela, que não foi se despedir dele como o combinado, segue a viajem tristemente até a universidade. Consegue o diploma em Coimbra, sem ter aptidão alguma para o cargo, retorna ao Brasil, e segue com sua vida, desfrutando dos privilégios mais uma vez concedido pelos pais.
Posteriormente, se apaixona por Virgília, sua mais duradoura paixão. O pai da moça vê no casamento dela com Brás um futuro político para ele e Brás. Porém a moça acaba se casando com Lobo Neves, que não ganha apenas a mão de Virgília, mais a candidatura de deputado que seria de Brás.
A história se prolonga, e o narrador se desilude cada vez mais. Brás não conclui seu projeto do “emplasto” que curaria a humanidade da melancolia, não se casa, fali, e continua com sua medíocre existência.
O foco está justamente nas coisas não realizadas por Brás, esse vazio que se permanece na existência da personagem, e é costurada em toda a narrativa.