Memórias Póstumas de Brás Cubas

Diálogo entre Memórias Póstumas de Brás Cubas e o cinema contemporâneo

Após assistir ao filme Memórias Póstumas, de André Klotzel, e ter realizado a leitura do livro de Machado de Assis Memórias Póstumas de Brás Cubas, desenvolva o roteiro de análise das obras - filme e livro- conforme orientações da professora.

1- Uma das dificuldades de transpor os livros de Machado de Assis para o cinema e teatro é o modo como o narrador conta a história. Em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, por exemplo, o narrador começa a história pelo final e faz, ao longo da narrativa, vários movimentos para frente e para trás. Além disso, interrompe a narrativas várias vezes para conversar diretamente com o leitor e introduzir comentários e reflexões filosóficas. Que solução é dada no filme:
a) para as quebras e inversões da sequência da narrativa?
R: O diretor achou uma válvula de escape na interação verbal, relevando que Machado de Assis integra de tal forma as palavras à narrativa, que quase não deixa espaço para uma adaptação.
b) Para a conversa direta com o leitor?
R: Na presença do fantasma do protagonista, Brás Cubas, onde narra os momentos que vão sendo apresentados. Uma ótima intervenção para aqueles que não leram o livro, anteriormente.
2- O livro “Memórias póstumas de Brás Cubas” não é um romance de ação e aventura. Ciente disso, o narrador diz ao leitor:
“[…] o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param […]”. Nesse trecho, Machado de Assis ironiza não apenas a literatura existente na época, inclusive a dos realistas e naturalistas, que preferiam o estilo linear, mas também o gosto dos leitores de então. Compare o filme “Memórias póstumas” aos filmes atuais de grande sucesso no mercado cinematográfico, principalmente os produzidos pelo cinema