Memórias Póstumas de Brás Cubas
Guarulhos
2014
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Guarulhos
2014
“Matamos o tempo, mas o tempo nos enterra.”
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, Cap. CXIX – Parêntesis)
INTRODUÇÃO
Publicado em 1881, Memórias Póstumas de Brás Cubas é um romance revolucionário em vários aspectos. A quebra do enredo convencional, a estratégica utilização de um narrador-defunto que se anuncia autor da obra e a negação de toda e qualquer redenção de personagens em toda a narrativa tornam esse romance a maior ruptura realista feita no Brasil. A obra traz o anti-herói romanesco, Brás Cubas é um indivíduo repleto de defeitos, egoísmo e ambiguidades. O protagonista está em conflito com o mundo, é um indivíduo solitário, e refere-se ironicamente às sucessivas ações fracassadas de sua vida.
SUMÁRIO
1. BIOGRAFIA DO AUTOR
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1839. Era filho de um pintor mulato e de uma lavadeira açoriana. Seus pais morreram muito cedo, e ele foi criado pela madrasta, Maria Inês. Ainda menino demonstrava sintomas de sua frágil compleição nervosa, a epilepsia e a gaguez, o que o fez ser reservado e tímido durante sua vida. Estudou os primeiros anos de sua vida em escola pública, recebeu aulas de francês e latim de um padre amigo, Silveira Sarmento; mas foi como autodidata que construiu seu vasto conhecimento literário.
Aos 16 anos, entrou na Imprensa Nacional como tipógrafo aprendiz; aos 18, na editora de Paula Brito, para cuja revistinha, A Marmota, compôs seus primeiros versos. Pouco depois, foi admitido na redação do Correio Mercantil. Trava seus conhecimentos com alguns escritores românticos, como Casimiro de Abreu, Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida, Pedro Luís e Quinto Boicaiúva. Este o introduziu, em 1860, no Diário do Rio de Janeiro, para qual resenhou os debates do Senado, usando de linguagem