“VER PARA COMPEENDER”: ARTE, LIVRO DIDÁTICO E A HISTÓRIA DA NAÇÃO. (Thais Nívia de Lima e Fonseca)
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“VER PARA COMPEENDER”: ARTE, LIVRO DIDÁTICO E A HISTÓRIA DA NAÇÃO. (Thais Nívia de Lima e Fonseca)A problematização da autora é discutir as apropriações mútuas entre a historiografia brasileira e as artes plásticas e as relações delas com a transmissão do conhecimento histórico pelos livros didáticos. O recorte temporal utilizado é de três períodos do ensino de história no Brasil: período republicano (final do séc. XIX até 1930); período de produção nacionalista (1930 até 1980); e período marcado pela crítica à “história oficial” (1980 até 200).
O período republicano estava fortemente ligado ao IHGB e a valorização de unidade nacional, típica ideia que já vem da segunda metade do século XIX. Os historiadores muito vinculados ao IHGB escreviam os livros didáticos mais conhecidos e garantiam a disseminação dessa ideia de história nacional vinculada aos fatos políticos, grandes personagens – primeiramente os grandes homens da monarquia e posterior aos “heróis” ligados a República. Aos poucos se incluem as imagens ao lado dos textos na pretensão de que estudantes aprendessem também com os olhos, sugestão esta de Jonathas Serrano no início do séc. XX. A ideia central era que as ilustrações estivessem sintonizadas com as obras historiográficas que serviam de referências aos didáticos, assim dando “veracidade” às narrações dos livros. Tal época utilizou com predominância dois grupos de artistas: os da chamada Missão Francesa, vistos como testemunhas oculares do passado que representavam em suas pinturas; e os artistas brasileiros da chamada Escola Acadêmica, que em suas pinturas ilustravam a história oficial, parte predominante do projeto de legitimação da monarquia através dos financiamentos de Pedro II aos estudos e à Escola de Belas Artes, posteriormente apropriada ao projeto republicano também. Os recursos das imagens destes grupos de artistas nos livros didáticos objetivavam reforçar a construção da identidade nacional, a priori nos ideais monárquicos e de