Pensar em inclusão
LOPES, Maura Corcini – UNISINOS – maurac@terra.com.br
GT: Educação Especial / n.15
Agência Financiadora: FAPERGS
Caos, desordem e anarquia anunciam a infinidade de possibilidades e o caráter ilimitado da inclusão. A ordem representa os limites e a finitude. Num espaço ordenado
(ordeiro), nem tudo pode acontecer.
(Bauman, 2005, p 42 – 43).
Difícil ir na contramão da inclusão, mesmo que seja com o objetivo de olhá-la com rigor e suspeita. Questionar as formas com que a inclusão vem sendo pensada e viabilizada nas escolas, parece ser o mesmo que estar tomando uma posição contrária a ela. Diante de tanta militância pela inclusão, penso ser importante deixar claro que propor pensá-la como uma metanarrativa da Modernidade, não significa lutar para inviabilizá-la, mas significa uma tentativa de pensá-la para além do binômio reducionista do incluído e do excluído ou do caráter salvacionista que a inclusão parece carregar. Abordar o tema da inclusão exige que, de muitas formas, seja abordado o tema da exclusão. In/exclusão estarão sendo articulados constantemente durante as problematizações dos excertos de documentos (projetos político-pedagógicos planos de curso), e de narrativas de professores de duas escolas localizadas na periferia de uma cidade próxima a capital do Rio Grande do Sul – Porto Alegre. Vale destacar que por este trabalho integrar parte de uma pesquisa maior, não tenho a pretensão de apresentar neste texto tudo o que poderia ser destacado dos materiais utilizados na pesquisa. O objetivo aqui é, a partir de um cruzamento de dados produzidos em duas escolas, pensar sobre as compreensões e visões que estão sendo alimentadas por professores sobre a inclusão escolar. Pensar o que é dito, os movimentos, as materialidades sobre as quais os ditos se inscrevem e os saberes que dão as condições para dizermos coisas sobre nós, sobre o outro e sobre o que nos cerca, é condição para podermos inventar