pensamento
- A importância da linguagem
Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política e dela, somente os homens são capazes.
“A palavra distingue os homens e os animais; a linguagem distingue as nações entre si. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado”.
“Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso”.
A linguagem é, assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes. No entanto, no diálogo Fedro, Platão dizia que a linguagem é um phármakon, palavra que possui três sentidos principais: “remédio”, “veneno” e “cosmético”. Ou seja, Platão considera que a linguagem pode ser um medicamento ou um remédio para o conhecimento, pois pelo diálogo e pela comunicação, conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros. Pode, porém, ser um veneno quando, pela sedução das palavras, nos faz aceitar, fascinados com o que vimos, ou lemos, sem que indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. Enfim, a linguagem pode ser um cosmético, maquiagem ou máscara para dissimular ou ocultar a verdade sobre as palavras. A linguagem pode ser conhecimento-comunicação, mas também pode ser encantamento-sedução.
- A força da linguagem:
Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões. A palavra grega mythos, significa “narrativa” e, portanto, “linguagem”.
A linguagem