Pensamento filosófico desde os pré socráticos a filosofia medieval cristã
Angela Maria Pereira Gomes
Apesar da diversidade de formulações filosóficas sobre o mundo, o que caracteriza os filósofos pré-socráticos como pertencentes a uma mesma corrente filosófica é que são chamados de filósofos da natureza, pois investigaram questões pertinentes a esta, como de que é feito o mundo. Romperam com a visão mítica e religiosa da natureza que prevalecia na época, adotando uma forma científica de pensar. Alguns se propuseram a explicar as transformações da natureza. Tinham preocupação cosmológica.
As primeiras cosmologias, aquelas da Escola de Mileto, representada por Tales, Anaximandro e Anaxímenes, forneceram uma explicação materialista do primeiro princípio ou causa primeira. Para Tales, aquilo do que se originam todas as coisas é a água. Ele havia observado que aonde há água há vida, as sementes são úmidas e necessitam de umidade para gerar, todos os seres vivos necessitam dá água para viver e se desenvolver; as coisas mortas se ressecam.
Depois de Tales, veio Anaximandro, seu discípulo, para quem não era água e nem qualquer outro elemento, como o ar, o fogo ou a terra, mas uma matéria primeira, infinita, invisível, indeterminada e ilimitada que é a essência de todas as formas do universo, sendo concebida como o elemento primordial a partir do qual todos os seres foram gerados e para o qual retornam após a sua dissolução, que ele chama de Apeíron.
Depois de Anaximandro, tivemos outros filósofos, como Anaxímenes, que julgava que o primeiro princípio, sendo material deveria ser sensível, e assim, voltou a colocar como ser originário um elemento determinado da natureza, mas desta vez julgou que fosse o ar, por ser, mais ainda que água o mais fluído, mais liberto de forma.
Então a filosofia experimenta sua primeira transformação significativa, com o surgimento de filósofos como Heráclito, Parmênides e a escola Eleata do qual este foi o mais famoso representante.