Pedagogia E Autonomia
TECNOLÓGICA
Sonia Augusta de Moraes1
Teresa Kazuko Teruya 2
Introdução
O presente artigo apresenta uma reflexão sobre a formação do professor na sociedade tecnológica e discute a função da escola na atualidade. Ao longo da história, a organização da sociedade teve características
específicas
de cada
época. A educação escolar surgiu da
necessidade de consolidar a sociedade capitalista e também das reivindicações dos movimentos sociais. No processo de implantação da escola pública, as discussões em torno das funções do professor e do aluno estão relacionadas com o contexto histórico de uma determinada época.
No estágio atual de desenvolvimento tecnológico e econômico, emergem os novos paradigmas educacionais que contemplam a inserção de tecnologias de informação e comunicação em ambientes educacionais. A informática na educação é um assunto polêmico e marcado por contradições entre os educadores, mas que precisa ser incorporada no processo de ensino e de aprendizagem.
A escola precisa acompanhar estas transformações. Nessa perspectiva, abordaremos aspectos do pensamento de Paulo Freire sobre as novas mídias e seu encontro com Papert, criador da linguagem computacional Logo, na qual foi utilizada em várias escolas no Brasil.
Diálogos de Paulo Freire e Seymour Papert
Em um diálogo com Papert, cujo o tema foi o futuro da escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola atual, Paulo Freire faz a seguinte constatação: a minha questão não é acabar com escola, é mudá-la completamente, é radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão atual quanto a tecnologia. Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo. E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrála, mas refazê-la. (FREIRE & PAPERT, 1996)
Desde suas primeiras experiências no nordeste brasileiro, no início dos anos 60, Paulo
Freire defendia a atuação docente em ambientes interativos, com a utilização de recursos
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