pedagogia da autonomia
Primeira parte de um pequeno resumo do livro Pedagogia da Autonomia do grande mestre Paulo Freire.
O livro está estruturado em três capítulos, dentro dos quais o autor enumera e explica vinte e sete saberes mais que fundamentais – obrigatórios – na formação docente e na reflexão sobre a prática educativa, principalmente a progressista. Contudo, antes dos capítulos, o autor apresenta uma seção chamada “Primeiras Palavras”, em que escreve sobre os objetivos e as justificativas do livro. Neste espaço, ainda afirma suas tendências progressistas, sua raiva ao neoliberalismo, sua apologia à reflexão crítica teoria/prática, e mais fortemente, a existência da ética no trabalho pedagógico.
No capitulo 1, Paulo Freire inicia considerando alguns dos conhecimentos explicados ao longo do livro essenciais para qualquer educador, e não somente ao progressista. Quando afirma que não há docência sem discência, refere-se à construção do conhecimento em um processo dialógico e dialético entre educador e educando, o que contrasta com a chamada “educação bancária”, caracterizada pela transferência de conteúdo do primeiro para o último. Esse tipo de educação tão vigorante no presente leva-nos a ponderar que os ensinamentos do autor ou estão passando longe do processo de formação dos educadores, ou não estão sendo apreendidos em sua grandeza e profundidade.
Após essa introdução, Freire pontua nove saberes relacionados a essa temática da solidariedade entre educador e educando. O primeiro coloca que ensinar exige rigorosidade metódica, que pressupõe um trabalho, por parte do educador, de despertar no educando a tarefa contínua de leitura crítica do mundo e do seu papel nele. No segundo, na mesma linha, afirma-se que pesquisa e ensino estão em uma relação de causa e efeito mútua. Qualquer desconhecimento gera a necessidade de buscar, procurar saber. Essa pesquisa feita de forma metódica transforma a curiosidade ingênua em epistemológica.