Pedagogia Do Oprimido Lu
PAULO FREIRE
APRENDER A DIZER SUA PALAVRA
Paulo Freire é um pensador comprometido com a vida: Não pensa em ideias, pensa a existência. O esforço da práxis humana busca a prática da liberdade. A pedagogia dominante é a pedagogia das classes dominantes. Os métodos da opressão não podem servir a libertação do oprimido. Na pedagogia do oprimido, os caminhos da libertação são os do oprimido que se libera. A educação libertadora é incompatível com uma pedagogia que tem sido prática de dominação. Uma cultura tecida com a trama da dominação é barreira cerrada às possibilidades educacionais dos que se situam nas subculturas dos proletários e marginais.
A pedagogia do oprimido é, pois, libertadora de ambos: oprimido e opressor. A verdade do opressor reside na consciência do oprimido. Talvez seja esse o sentido mais exato da alfabetização: Aprender a escrever sua vida como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se. Por isto, a pedagogia de Paulo Freire, sendo método de alfabetização, tem como ideia animadora toda a amplitude humana da educação como prática da liberdade: Alfabetizar é conscientizar.
Paulo Freire trabalha com o que chamamos de palavras geradoras, ou tema gerador:
As palavras geradoras: o processo proposto por Paulo Freire inicia-se pelo levantamento do universo vocabular dos alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais usados pelos alunos e a comunidade, e assim seleciona as palavras que servirão de base para as lições. A quantidade de palavras geradoras pode variar entre 18 a 23 palavras, aproximadamente. Depois de composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes com imagens. Então, nos círculos de cultura inicia-se uma discussão para significá-las na realidade daquela turma.
A silabação: uma vez identificadas, cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, semelhantemente ao método tradicional.