Pedagogia da autonomia
Capítulo I.
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender, por isso não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não reduzem à condição de objeto, um do outro. O educador precisa se convencer de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção.
Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que a humanidade descobriu que era possível ensinar. E quanto mais criticamente se exerce a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a curiosidade epistemológica.
1.1 - Ensinar exige rigorosidade metódica.
O educador democrático deve reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua submissão. Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou conteúdo, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível.
Faz parte do papel do educador não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar certo. Evitando o ensino memorizado, que impossibilita os professores tornassem críticos. O educador que pensa certo deixa transparecer aos educandos de que uma das belezas de estar no mundo é a capacidade de intervir nele.
1.2 - Ensinar exige pesquisa.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. É necessário pesquisar para conhecer o desconhecido e anunciar a novidade. Pensar certo do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando.
1.3 – Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos.
Pensar certo coloca os professores e a escola no dever de respeitar os saberes dos educandos, sobretudo os das classes populares. O educador pode estabelecer uma relação entre os saberes curriculares e a experiência social que os alunos têm como indivíduos.
1.4 – Ensinar exige criticidade.
A curiosidade do senso comum ao criticizar-se