Pedagogia da autonomia
Escrito por Prof Renato Borges. Posted in Textos
Capitulo 1 - Não há docência sem discência A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.
...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. È preciso que... Desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, alguns saberes fundamentais à prática educativa-crítica ou conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam... Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender... Ensinarinexistesemaprender e vice-versa. O necessário é que, subordinado, embora, à prática ‘bancária’ o educando mantenha vivo em si o gosto da rebeldia que, aguçando sua curiosidade e estimulando sua capacidade de arriscar-se, de aventurar-se, de certa forma o “imuniza” contra o poder apassivador do “bancarismo”.
1.1 — Ensinar exige rigorosidade metódica O intelectual memorizador, que lê horas a fio, domesticando-se ao texto, temeroso de arriscar-se, fala de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória — não percebe, quando realmente existe, nenhuma relação entre o que leu e o que aí, desconectado do concreto. Repete o lido com precisão, mas raramente ensaia algo pessoal. Fala bonito de dialética, mas pensa mecanicistamente.
Pensa errado. É como