Pax britanica
Dona absoluta dos mares, pioneira da industrialização e líder do comércio mundial no século XIX, a Inglaterra dominou uma extensão territorial maior do que a conquistada por qualquer outra potência.
01 - Em 1895, o economista inglês William Jevons escreveu:
“As planícies da América do Norte e da Rússia são nossos campos de trigo; Chicago e Odessa, os nossos celeiros; O
Canadá e o Báltico são nossas florestas madeireiras; A Austrália abriga nossas fazendas de carneiros, e na Argentina e nas pradarias da América do Norte estão os nossos rebanhos de gado; o Peru nos manda sua prata, e o ouro da África do Sul flui para Londres; os indianos e chineses plantam e mandam chá para nós e nosso café, açúcar e especiarias estão plantados por todas as índias. A Espanha e a França são nossas vinhas e o
Mediterrâneo, nosso pomar e nossos campos de algodão, que por muito tempo ocuparam o sul dos Estados Unidos, estão agora estendidos por toda parte cálida de terra.
02 - Discursos semelhantes a esse são muito freqüentes nas três primeiras décadas da era vitoriana - um período que se estende de 1837, ano da coroação da rainha Vitória, até a crise econômica de 1870, quando a supremacia da Grã-Bretanha em escala global começou a ser contestada por potências rivais.
Naquelas décadas douradas, o “império onde o sol nunca se põe” impunha a Pax Britannica por todos os continentes, com uma marinha de guerra acima de qualquer desafio, a liderança absoluta na indústria, no comércio e nas finanças - e, para completar, a firme convicção de que esse destino glorioso representava, nada mais, nada menos, que a vontade de Deus.
03 - A Grã-Bretanha não era apenas o coração de um império maior, em extensão territorial, do que qualquer outro, em qualquer época - o Romano,