patrimonial ao gerencial
Luiz Carlos Bresser-Pereira
In Pinheiro, Wilheim e Sachs (orgs.), Brasil: Um Século de Transformações. S.Paulo: Cia. das Letras, 2001: 222-259.
O Estado brasileiro de 1900: era ainda um Estado oligárquico em que uma pequena elite de senhores de terra e de políticos patrimonialistas dominavam amplamente o país. Enquanto os senhores de terra e os grandes comerciantes e traficantes de escravos se ocupavam da economia, este estamento dominava com relativa autonomia o Estado e a política. É essa elite política letrada e conservadora que manda de forma autoritária ou oligárquica. Não há democracia.
A Primeira República: será um período de transição. Ela começa com a Proclamação da República, o primeiro golpe militar da história brasileira. O regime militar teve vida breve, dura os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Com a eleição, em novembro de 1894, de Prudente de Morais, a oligarquia cafeeira volta ao poder. A transição, porém, está em marcha, a campanha civilista de 1919, as revoltas militares de 1922 e 1924, e a Coluna Prestes anunciam a mudança.
O novo Estado fundado pela Revolução de 1930: ainda que conserve elementos da velha aristocracia, será um Estado antes do que qualquer coisa autoritário e burocrático no seio de uma sociedade em que o capitalismo industrial se torna afinal dominante. Além da clássica tarefa política e administrativa, a nova burocracia passava a ter uma função econômica essencial: a coordenação das grandes empresas produtoras de bens e serviços fossem elas estatais ou privadas.
A Reforma Desenvolvimentista de 1967: a reforma burocrática mal havia iniciado e já em 1938 temos um primeiro sinal da administração pública gerencial, com a criação da primeira autarquia. Surgia então a ideia de que os serviços públicos na “administração indireta” deveriam ser descentralizados e não obedecer a todos os requisitos burocráticos da “administração direta” ou central. Em 1964