Administração patrimonial, burocratica e gerencial
Carolina Lescura Dionysio Borges de Freitas Jr Roberto Pereira
Resumo
A administração pública brasileira foi marcada, historicamente, por três grandes momentos: Administração Patrimonial, Burocrática e Gerencial. Verifica-se ao longo dessa trajetória a perpetuação de comportamentos como o patrimonialismo e o nepotismo. Argumenta-se que uma das razões para esta perpetuação são alguns traços culturais tipicamente brasileiros. Nesse sentido, este ensaio tem por objetivo verificar a presença do patrimonialismo e nepotismo na administração pública brasileira, perpassando os três momentos apresentados. Por meio de revisão bibliográfica e de argumentos apresentados foi possível evidenciar que, mesmo após as reformas burocrática e gerencial, as práticas de patrimonialismo e nepotismo continuaram a vigorar no Brasil. A predominância por relacionamentos pessoais afetivos, a malandragem e o “jeitinho” brasileiro e a grande distância entre as camadas sociais foram os traços culturais explorados neste ensaio. Verificou-se que tais traços influenciam sobremaneira as práticas de gestão do Estado, coexistindo comportamentos cosmopolitas e oligárquicos, uma manifestação do moderno e do tradicional.
Palavras-chave Patrimonialismo, nepotismo, cultura brasileira
1.
Introdução A administração pública brasileira passou por três grandes momentos, desde que se
iniciou a colonização do país pelos portugueses, até os dias atuais. Sua evolução vai desde o sistema patrimonialista, em que os interesses pessoais confundiam-se com os interesses públicos; passa por um momento de burocratização, que buscou conferir maior impessoalidade, hierarquia e normas mais claras à atividade estatal; e culmina em um terceiro momento, em que são introduzidas práticas gerenciais privadas na administração pública, garantindo, a esta, maior agilidade e direcionamento para resultados. O primeiro momento inicia-se com o Brasil colônia e