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Entendida como ação e como ciência, a política goza de plena autonomia. Tem suas leis próprias; não necessita se justificar pela referência à moral e muito menos à religião.
No que diz respeito à ação, a política é uma conjugação de arte, de técnica e de saber. As estruturas políticas, por sua parte, tendem a estender cada vez mais seu âmbito de atuação. Enquanto ciência, a política pertence ao quadro dos saberes positivos; seu estatuto científico justifica-se pelo descobrimento de leis positivas dentro do fenômeno da politicidade.
A autonomia da política deve ser respeitada pela própria moral. Esta não pode entrar no campo específico do saber político como se fosse um prédio de seu domínio. As opções políticas são neutras com relação à moral. Desde o Renascimento, o homem ocidental vive e entende a política como uma realidade secular e autônoma.
Entretanto, reconhecer a autonomia do comportamento e do saber políticos não supõe negar sua referência ao universo da ética. Se as opções políticas são neutras moralmente dentro do âmbito restrito do político, não o são, contudo, ao ficarem situadas dentro do amplo horizonte da realização totalizante do humano.
A inserção da política dentro dos quadros da atividade humana tem sido considerada como a raiz da dimensão moral da política. Enquanto atividade humana, a política, adquire toda a densidade própria da pessoa; fica situada dentro do universo de intencionalidades e de fins nos quais se realiza a pessoa. A política tem a densidade da intencionalidade e da finalização. Não pertence exclusivamente ao reino dos meios; introduz-se na região dos fins. Ao por em jogo o universo pessoal, a política não pode deixar de ter uma referência à ética enquanto que esta é a expressão do reino dos fins. A responsabilidade na atividade política é a tradução subjetiva da moralização assim entendida.
Outra linha de reflexão orienta-se pelo caminho da