parmalat
Tatiana Bautzer, de
17/09/2014 05:55
São Paulo - Ganhar dinheiro vendendo leite no Brasil é uma daquelas tarefas que parecem impossíveis. Desde que a então líder do setor, a multinacional italiana Parmalat, quebrou, há dez anos, muita gente vem tentando.
Na teoria parece simples: é só juntar um punhado de produtores, erguer uma processadora, embalar naquelas caixinhas e lotar os supermercados. Mas as falhas de gestão e o desequilíbrio no mercado de leite tornaram a missão muito difícil. Quando falta leite, a indústria perde; quando sobra, os produtores saem no prejuízo.
Os únicos que ganham dinheiro regularmente são os fabricantes de embalagens, como a sueca Tetrapak. A quebra mais notória foi da LBR, “campeã nacional” do leite criada há três anos com o estímulo do governo para a fusão da Leitbom com a Bom Gosto. O gigantismo só deu problemas e, hoje, a LBR está em recuperação judicial.
Mas a lista de problemas segue com os laticínios Nilza, em falência, e com cooperativas como a Confepar, do Paraná, e a Cotrimaio, do Rio Grande do Sul. A Vigor, do grupo J&F, até hoje tem resultados abaixo do previsto — no ano passado, lucrou apenas 25 milhões de reais, ou 1% da receita.
A Batavo e a Elegê, da gigante de alimentos BRF, eram consideradas tão problemáticas que foram colocadas à venda. O setor, enfim, é um show de horror.
Após anos de más notícias, agora surge um candidato disposto a dar um jeito nesse setor. É a francesa Lactalis, maior empresa do setor de leite e derivados do mundo, com receita anual de 16 bilhões de euros. A Lactalis é dona da Parmalat e de marcas que são sinônimo de queijos sofisticados, como Président, Bridel e La Laitière.
No Brasil, a Lactalis era dona apenas de um pequeno negócio — a fabricante de queijos Balkis, adquirida no ano passado.