Paris do século xix: sociedade, preconceito e moralidade
Beatriz Vieira de Souza
Resumo: Este artigo tem como objetivo fazer uma análise da sociedade de aparências do século XIX através do livro A Dama das Camélias de Alexandre Dumas filho e de sua crítica aos preconceitos que rondavam àquelas que escolhiam a prostituição como meio de sobrevivência e que enfrentavam o julgamento de todo um grupo social que se preocupava apenas com a manutenção de uma ordem moral e econômica sustentada pela burguesia da época.
Palavras-chave: Prostituição, Sociedade, Moralidade e Preconceito.
Durante o século XIX o Romantismo que vinha sendo desenvolvido se fixava como o Período literário das denúncias sociais, do repúdio às regras, do sentimentalismo exarcebado, da idealização e do subjetivismo. Foi nesse contexto literário e em meio a grandes transformações advindas da Revolução Francesa e da ascensão da burguesia que Alexandre Dumas Filho, romancista, filho do reconhecido escritor Alexandre Dumas e da costureira Marie-Catherine Labay escreveu sua mais conhecida obra: A Dama Das Camélias. Baseia-se em seu romance com a cortesã parisiense Marie Duplessis (Alphonsine Plessis), que não conseguindo abandonar a vida desregrada e sem comedimentos acabou falecendo atingida pela tuberculose e em meio à solidão e à miséria. O livro narra a história de Armand Durval e sua amante Marguerite Gautier que tentaram em vão manter o amor entre “o burguês e a prostituta” em meio a uma sociedade permeada de uma moral religiosa mascarada e um preconceito arraigado. Nesse contexto do século XIX, a literatura irá destacar, dentre outros vários aspectos da realidade, o importante papel social que a prostituta aí representa. Seja como alvo do preconceito social, além de mulher, já marginalizada pela cultura machista, e mais ainda, por apresentar-se como um desvio da moral vigente. Seja como peça integrante dessa engrenagem capitalista, seja como pessoa