Londres e Paris

RODRIGO SANTOS LUCENA

SÍNTESE DA OBRA:
LONDRES E PARIS NO SÉCULO XIX: O ESPETÁCULO DA POBREZA
MARIA STELLA M. BRESCIANI

Universidade Feevale
Instituto de Ciências Humanas, Letras e Artes
Curso de Licenciatura em História
Disciplina de História Contemporânea

Prof. Dra. Magna Lima Magalhães

Novo Hamburgo, novembro de 2012.

INTRODUÇÃO
A síntese da obra “Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza”, de Maria Stella Martins Bresciani, que aqui se propõe por capítulos, traz o relato de uma incursão reflexiva que a autora faz sobre o imaginário construído por destacados pensadores contemporâneos do referido período acerca do complexo panorama urbano em que se encontram. Tendo como objeto de análise a multidão que protagoniza nas ruas dessas grandes cidades, dois autores nortearam seu plano conceitual: Walter Benjamin e Hannah Arendt. Além da problematização sobre o tema, a autora também se demonstra surpresa ao perceber o espanto e a preocupação geral dos pensadores com a miséria e com a intenção de controle dessa sociedade moderna em formação.

A RUA E SEUS PERSONAGENS

Aqui, a atividade do olhar dá conta por inteiro da composição da cena da rua. Mas a referência a um movimento intermitente e ritmado de homens nas suas ocupações diárias, compondo o tecido social da grande cidade, desvenda o tempo útil do trabalho como parâmetro necessário à atividade do olhar. É ele o ordenador imperativo, a potência disciplinadora invisível de todas as atividades[...](p.17)

O primeiro capítulo discorre sobre a percepção dos escritores do séc. XIX acerca da própria cena urbana, onde a multidão que transita nas ruas faz refletir sobre a obediência a um poder invisível, reforçada por gestos e reações automáticas dessa massa imersa na rotina da cidade. O indivíduo é visto como parte de um todo que configura o caos urbano, através de sua movimentação encaixada ao mundo do trabalho. O escritor da