Pares craneanos
Objectivos Práticos: Ser capaz de explorar correctamente a força muscular do esternocleidomastoideu (ECM) e trapézio.
Bases Anátomo-Fisiológicas: O nervo Espinhal Acessório (constituído pelos 2 componentes que o nomeiam) é, para efeitos práticos, motor (possui alguns aferentes proprioceptivos). O seu componente ou raiz espinhal, composto por fibras com origem no núcleo acessório (C1-C6, na região dorso-lateral do corno anterior da medula), é responsável pela inervação do ECM e da parte superior do trapézio (estando a parte inferior na dependência das primeiras raízes cervicais através do plexo cervical). Existe uma distribuição somatotópica (C1-C2 para o ECM ipsilateral e C3-C4 para o trapézio ipsilateral). As fibras passam pelo funículo lateral e emergem da espinhal medula entre o ligamento dentado e as raízes dorsais (Figura 1). O seu componente acessório ou raiz craniana é composto por fibras originárias da parte caudal do núcleo ambíguo na medula alongada. Emerge da medula alongada lateral, abaixo do nervo vago. As raízes espinhal e craniana reúnem-se no nervo e dirigem-se para cima, no espaço subaracnoideu, entrando no crânio pelo foramen magno e voltando a sair pelo foramen jugular, juntamente com IX e X pares. A raiz craniana separa-se então, formando o ramo interno, juntando-se ao X par e distribuindo-se pelos ramos faríngeos, laríngeo recorrente e para a inervação do palato mole. O ramo externo continua para inervar o ECM e o trapézio, recebendo aferências da 2ª, 3ª e 4ª raízes cervicais anteriores. Pensa-se que as aferências supra-nucleares para o núcleo são provenientes sobretudo da parte inferior do gyrus pré-central. As fibras corticobulbares destinadas ao trapézio, mais caudais, são cruzadas. Já as fibras destinadas ao ECM, rostrais, parecem ter origem predominantemente no córtex ipsilateral (e em menor grau no contralateral), propondo-se para explicar este facto várias teorias: as fibras não decussam, decussam por duas vezes, ou