Paradoxo de zenao
Primeiramente é preciso delimitar o que entendemos por paradoxo. Normalmente associamos a paradoxo: aquilo que não tem solução, algo confuso, algo contrário ao nosso bom-senso, contrário aos nossos conhecimentos anteriores. No nosso velho dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição de paradoxo:
“Conceito que é ou parece contrário a comum, contra-senso, disparate, absurdo. Contradição, pelo menos na aparência. Afirmação que vai de encontro a sistemas ou pressupostos que se impuseram, como incontestáveis ao pensamento”.[1]
Em seu dicionário de Filosofia, Abbagnano assim define paradoxo:
“se han denominado las contradiciones que nacem del uso del procedimento reflexivo y que por lo comúm se denomiman antinomias o dilemas. Lo contrario a la ’opinión de los más’, o sea al sistema de creencias comunes al que se hace referencia, o bien, lo contrario a principios que se consideram biem estabelecidos o a proposiciones cientificas”.[2]
Paradoxo é uma formulação reflexiva, da razão, contrária a um sistema ou a um conhecimento tido como verdadeiro (estabelecido). Logo, um paradoxo parece um absurdo, ou leva-nos a um absurdo. É conveniente, no entanto, analisá-lo.Pois Mário Ferreira caracteriza como paradoxo:
“um estado de coisas (ou declaração que se faça sobre elas), que aparentemente implica alguma contradição, pois uma análise mais profunda faz desvanecê-la.”.[3]
Parece-nos que o paradoxo está na formulação do mesmo, de acordo com uma tese aceita ou estabelecida e contrária a ela, ou que, aceitando a tese (ou sistema) chegamos a um absurdo. Surgindo de uma reflexão, o paradoxo origina-se na sua formulação, na maneira com que foi enunciada; se mudássemos a formulação, esta já não se apresentaria como um paradoxo.
Vejamos o Paradoxo de Zenão. Basta que afirmássemos que um corpo saindo de A em direção a B deva