O paradoxo de Aquiles e da Tartaruga e da flecha
O trabalho visa explicar dois paradoxos (também chamados de antinomias), opiniões ou idéias que vão de encontro ao senso comum, de Zenão de Eléia, filósofo, discípulo de Parmênides. Zenão foi responsável por criar muitos paradoxos, mas, infelizmente, nem todos resistiram até os dias de hoje.
Zenão teve como intuito, demonstrar que toda multiplicidade e todo movimento são impossíveis de ocorrer. Zenão de Eléia
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O PARADOXO DE AQUILES E A TARTARUGA No paradoxo de Aquiles com a tartaruga, Zenão nos mostra a questão do movimento relativo entre dois corpos. De acordo com o senso comum, por mais que a tartaruga comece a corrida a frente de Aquiles, este irá vencê-la, pelo fato de considerarmos a tartaruga um ser lento. No entanto, de acordo com Zenão, Aquiles nunca conseguirá alcançar a tartaruga. Aquiles nunca pode alcançar a tartaruga; porque na altura em que atinge o ponto donde a tartaruga partiu, ela ter-se-á deslocado para outro ponto; na altura em que alcança esse segundo ponto, ela ter-se-á deslocado de novo; e assim sucessivamente, ad infinitum.
(Kirk e Raven, 1979, p. 301-302)
O trecho citado explica a aporia, constatando que, enquanto a tartaruga (símbolo da lentidão), que começou com vantagem, continuar correndo, Aquiles (simbolizando a velocidade) não conseguirá alcançá-la, pois antes de alcançar a tartaruga em si, Aquiles sempre terá que chegar primeiro ao ponto no qual a tartaruga estava anteriormente. Logo, quando Aquiles chegar ao ponto que a tartaruga estava anteriormente, esta não estará mais lá, mas sim em um segundo ponto, a frente de Aquiles. E quando ele chegar ao segundo ponto, a tartaruga estará em um terceiro e assim por diante. Desse modo, pode-se concluir que por mais perto que Aquiles fique da tartaruga, nunca estará no mesmo ponto que ela, partindo do pressuposto que a tartaruga não pare em nenhum momento.
2 Abaixo, uma ilustração para esclarecer