Trabalho Filosofia Zen O
Zenão, discípulo de Parmênides, floresceu cerca de 464/461 a.C. Nasceu em Eléia (Itália). Ao contrário de Heráclito, interveio na política, dando leis à sua pátria. Tendo conspirado contra a tirania e o tirano, Nearco, acabou preso e torturado. Por não revelar o nome dos comparsas, perdeu a vida. Segundo Aristóteles, Zenão foi o fundador da Dialética como arte de provar ou refutar a verdade de um argumento, partindo de princípios admitidos por seu interlocutor. Já Platão disse que ele nada mais fez do que fundamentar a tese de seu mestre, mas não provando que o SER é UM e sim demonstrando que o MULTÍPLO é impensável. Para mostrar aos seus adversários no que consistia a unidade ou repouso do ser, evidenciando que o movimento ou pluralidade é impossível, Zenão inventou os paradoxos (para = contra; doxa = opinião), que permitiam a ele refutar as teses apresentadas como meras opiniões, vias do não ser, características das confusões causadas pela percepção humana. Assim, remetia toda definição a uma exigência de não contradição, o que mais tarde seria desenvolvido, junto com o princípio de identidade de Parmênides, na Lógica de Aristóteles. Um dos exemplos clássicos dos paradoxos de Zenão é o da corrida entre Aquiles (o herói mais veloz da mitologia grega) e a tartaruga. Segundo Zenão, numa disputa entre os dois, se fosse dada uma pequena vantagem à tartaruga, Aquiles jamais a alcançaria. Isso porque se o espaço é divisível ao infinito (observe os divisores de uma régua, por exemplo), Aquiles sempre deveria passar por um ponto dividido entre o infinito e o ponto de partida, ou seja, o espaço será sempre dividido pela metade, impossibilitando o movimento. Isso significa que em tempo finito, jamais alguém poderá percorrer uma distância infinita. Difícil? Não parece tanto. Se nós modernos sabemos que existem infinitos números entre o número 1 e o número 2, como chegar ao 2? Onde e quando se sai efetivamente do domínio da unidade?