religiao budista
O livro traz uma gama variada de manifestações religiosas, de forma que, depois de lê-lo, tem-se a impressão de que seria mais apropriado falarmos de budismos. A chave principal de interpretação para essa diversidade pode ser lida no primeiro texto de Frank Usarski. O organizador do livro sistematiza um panorama geral, fazendo uma "tripla tipologia" para interpretar o budismo no Brasil. A primeira delas seria o budismo de imigração, religiosidade articulada com a identidade étnica dos migrantes e seus descendentes. O budismo de conversão é dividido em duas correntes: a primeira geração, na década de cinqüenta e sessenta, e a segunda geração, a partir dos anos setenta. Apesar de parecerem sucessivos, esses tipos podem ser constituídos como linhas distintivas entre os budismos que hoje existem. Com exceção do artigo de Martin Baumann, professora na Universidade de Luzern, Suíça, os artigos publicados tratam de estudos de caso, e são encadeados segundo a seqüência dos tipos estabelecidos por Usarski.
O texto de Frank Usarski e o de Martin Baumann, que abrem o livro, são dois resumos sistemáticos da dinâmica do budismo no Brasil e no Ocidente, respectivamente. Baumann começa recordando a fase com as traduções de "textos sem contexto", a partir da segunda metade do século XIX. Mais ao final do século XIX houve maior difusão do budismo no Ocidente, principalmente através de organizações internacionais e dos imigrantes japoneses e chineses, na Europa e na América. Sociedades budistas que começaram a se organizar em diversos países,