Apostila Arte Oriental
A caligrafia chinesa não é apenas um instrumento prático que pertence ao cotidiano dos chineses, mas está integrado, juntamente com a pintura, numa das mais significativas expressões artísticas da história nacional.
Todos parecem apreciar e colecionar obras de caligrafia, dos imperadores aos cidadãos comuns. Ela é presença certa em pergaminhos, cartazes de lojas, monumentos, lápides e exposições de arte.
Hoje, assim como no passado, os calígrafos costumam ser, ao mesmo tempo, intelectuais e artistas. Seus trabalhos podem expressar versos e poemas, letras de canções, dísticos ou cartas.
Os benefícios físicos e espirituais que aporta a caligrafia a quem a pratica são múltiplos. É uma boa forma de infundir paciência, disciplina e perseverança. Graças a estas qualidades, muitos calígrafos gozaram de uma vida longa. O exercício da caligrafia pode chegar inclusive a refinar a personalidade e mudar a forma de ver a vida. No Parque Beihai, um dos lugares mais prestigiosos de Beijing, todas as manhãs, um grupo de aficionados à caligrafia, cada um com um pincel de cerca de um metro de comprimento, molhado por água clara, escreve seus caracteres sobre o chão. Este exercício não só lhes proporciona satisfação espiritual como também uma boa condição física.
Por todos estes motivos, os estudiosos chineses têm atribuído sempre uma grande importância à caligrafia. Em nosso país, a caligrafia é uma das mais importantes disciplinas das escolas primárias, secundárias e de algumas escolas superiores, e que passou a fazer parte das culturas do Japão, Coréia e alguns outros países do Sudeste Asiático, que desenvolveram suas próprias escolas e estilos.
No século XVIII, o mundo descobriu a China intelectual. Escreve Diderot: “esses povos são superiores a todos os asiáticos em antiguidade, arte, intelecto, sabedoria, política e gosto pela filosofia…” e Keyserling “o mais perfeito tipo da humanidade, como fenômeno normal, foi elaborado